Nova Escola

Gestão Escolar " Formação continuada de Gestores " Diretor

Pesquisa revela que a eleição é a prática mais comum nos estados brasileiros para a seleção do diretor escolar, mas faltam critérios que orientem esse processo

A eleição direta é o processo mais usado para preencher as vagas de diretor nas redes estaduais de ensino. Ela é a única forma de seleção em seis estados e, em outros dez, aparece combinada com outras metodologias, como certificação e indicação por instâncias locais. Essa última, por sua vez, é a segunda mais comum e aparece sozinha, como modo exclusivo de ascensão ao cargo em quatro unidades da federação.

Contudo, seja qual for a forma de acesso, um fator está presente em todos os estados: não há critérios claros para escolher o gestor da escola - que é, em última instância, quem responde pelo desempenho e pela aprendizagem dos alunos - nem para orientá-lo em seu trabalho.

Essas são algumas das conclusões da pesquisa Práticas de Seleção e Capacitação de Diretores Escolares, encomendada pela Fundação Victor Civita (FVC) a Heloísa Lück, diretora do Centro de Desenvolvimento Humano Aplicado (Cedhap), em Curitiba. Realizado entre maio e novembro de 2010, o estudo mapeou as diversas maneiras como as redes decidem quem vai gerir suas escolas. O levantamento foi realizado em duas etapas. Na primeira, quantitativa, foram enviados questionários às 27 Secretarias de Educação dos estados e das capitais - e foram obtidas respostas de 24 e 11, respectivamente. Já na segunda fase, a pesquisadora realizou 14 grupos focais, que reuniram 107 diretores e três vice-diretores, com o objetivo de identificar a percepção dos próprios gestores sobre o processo de acesso à função. A iniciativa contou com o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), do Itaú BBA, do Instituto Unibanco, da Fundação Itaú Social e da Fundação SM.

Para garantir a (boa) escolha de um diretor

Pesquisa revela que a eleição é a prática mais comum nos estados brasileiros para a seleção do diretor escolar, mas faltam critérios que orientem esse processo

"Para fazer uma boa escolha, é preciso utilizar variados mecanismos capazes de detectar as diversas competências do candidato para exercer as funções de gestor escolar. Por isso, o fato de haver combinações de modalidades, presente em várias redes, é um fator positivo", afirma Heloísa (veja o infográfico ao lado). Se uma prova de concurso ou certificação detecta os conhecimentos teóricos e pedagógicos, a entrevista, por sua vez, é capaz de revelar habilidades para se comunicar e estabelecer relacionamentos pessoais - imprescindíveis para quem vai ocupar um lugar de liderança. A maioria dos diretores participantes dos grupos focais se mostrou satisfeita com a forma pela qual ascendeu ao cargo, independentemente de qual seja ela.

Além da eleição e da indicação, o estudo mostrou que a certificação e o concurso público também estão presentes no cenário nacional, sendo esse último realizado somente no estado de São Paulo. Vitor Henrique Paro, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), destaca que a eleição permite eleger um profissional articulado aos interesses da escola. "O método de escolha condiciona, em certa medida, o compromisso do futuro gestor com os servidores e usuários da instituição", afirma ele.

Porém o mapeamento observou que a eleição, apesar de ser um avanço por atender aos interesses da comunidade escolar, não tem levado ao passo seguinte, esperado em um processo democrático e participativo, que é manter todos mobilizados em torno da aprendizagem dos alunos. Alguns entrevistados disseram que, em muitos casos, o período da campanha é marcado pela reprodução de práticas que ocorrem no âmbito político-partidário, como postura inadequada de candidatos e a troca de votos por favores. 


Para garantir a (boa) escolha de um diretor

Pesquisa revela que a eleição é a prática mais comum nos estados brasileiros para a seleção do diretor escolar, mas faltam critérios que orientem esse processo

Independentemente da forma de chegar ao cargo, a pesquisa mostra que não existem critérios definidos para o acompanhamento da gestão escolar. Embora 19 dos 24 estados e sete das 11 capitais tenham informado que possuem padrões para a seleção de diretores, ao enumerá-los a maioria aponta apenas pré-requisitos funcionais, como tempo de serviço, qualificação profissional e experiência docente. Poucos se referem às competências de desempenho do profissional, que incluem conhecimentos pedagógicos e capacidade de gerir pessoas. Os especialistas consultados sugerem cinco critérios básicos nos quais as secretarias poderiam se basear (leia a reportagem).

Um dos grandes problemas apontados é o abandono percebido pelos gestores depois que assumem o posto. As Secretarias de Educação até oferecem cursos de formação, mas os conteúdos trabalhados dão pouca ênfase à discussão de problemas reais, à troca de experiências e à busca de soluções conjuntas - limitando-se, muitas vezes, à comunicação de normas e à exigência de procedimentos burocráticos (leia mais na reportagem). A falta de acompanhamento é um dos motivos que fazem com que poucos educadores queiram assumir o posto. Nesta edição especial, você vai conhecer as outras causas da baixa atratividade da função e saber como reverter essa situação (leia a reportagem).

Uma vez no cargo, os diretores ficam em média dois ou três anos à frente de uma escola e, dependendo da rede, podem ser reeleitos (veja o mapa acima). Para Heloísa Lück, o diretor deve ficar no cargo enquanto contribuir para a melhoria do ensino (leia mais na entrevista).



Pesquisa revela que a eleição é a prática mais comum nos estados brasileiros para a seleção do diretor escolar, mas faltam critérios que orientem esse processo


Entenda como funcionam as principais modalidades de escolha do diretor no país

10 assuntos que não podem faltar na agenda da dupla gestora

Pelo menos uma vez por semana, diretor e coordenador pedagógico precisam se encontrar para falar sobre o planejamento da escola. Veja quais são os temas mais importantes a tratar

Reuniões de formação acompanhadas de perto. Foto: Tamires Koop
Reuniões de formação acompanhadas de perto Na EMEF Décio Martins Costa, em Porto Alegre, a diretora, Clarice Mezzomo (em pé), as orientadoras pedagógicas e as supervisoras se reúnem toda segunda-feira, desde 1999, para discutir o acompanhamento das atividades, avaliações e estratégias de ensino. É feita uma ata de registro e as informações são organizadas em fichas. Com base nelas, a equipe replaneja o bimestre e define o foco do conselho de classe. "Como o trabalho de coordenação envolve muitas pessoas, nessas reuniões afinamos o planejamento geral e o plano de formação dos professores", explica a diretora.
Nos corredores, no pátio ou na sala dos professores, diretor e coordenador pedagógico se encontram todos os dias. Nessas ocasiões, trocam comentários sobre o que está acontecendo no momento na escola, tratam de problemas pontuais e até decidem sobre alguma questão rapidamente, ali mesmo, em pé. Porém essas conversas breves não podem ser a tônica do contato entre os dois. Para assumirem definitivamente o papel de gestores que lhes cabe, os educadores que ocupam essas funções precisam se corresponsabilizar pelos rumos do ensino oferecido na unidade, discutirem os problemas e, juntos, encontrarem as soluções.

Para tanto, é interessante reservar um horário específico para que eles possam se sentar com calma, analisar os dados da escola e empreender as iniciativas necessárias. As reuniões periódicas entre a direção e a coordenação pedagógica são a maneira mais profissional de consolidar essa relação.

Mas por que toda essa formalidade? Ela é necessária? Sim, pois os encontros marcados - o recomendado é que eles aconteçam, no mínimo, uma vez por semana, de preferência em dias fixos - dão importância à parceria entre os gestores, ajudam a otimizar o tempo e impedem que assuntos de menor importância se sobreponham aos mais relevantes - que devem estar na pauta das reuniões. "Sem essa rotina, os imprevistos acabariam preponderando e as interrupções no dia a dia seriam tantas que não sobraria tempo para cumprir as atividades planejadas. E, no improviso, a discussão não adquire profundidade", argumenta Débora Rana, selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10 na Categoria Gestor, e formadora de professores e coordenadores pedagógicos do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.

Assuntos a tratar é que não faltam - como você vai ver nesta reportagem. Juntamente com consultores e duplas gestoras que já vivenciam uma rotina em comum, selecionamos os dez principais temas que devem estar sempre presentes na agenda conjunta desses líderes. Conheça também a história de algumas equipes que conseguiram planejar com mais clareza as ações pedagógicas para a escola depois de instituir o hábito de se reunir com frequência.
1 Organização do calendário escolar
Esse é um dos principais tópicos da pauta das reuniões, já que é preciso organizar a rotina interna, adequando as semanas de provas, as reuniões de pais, a entrega das notas e as finalizações dos projetos didáticos ao calendário fixado pela Secretaria de Educação. Vale lembrar que o planejamento dos professores para cada turma depende dessas definições. Durante as conversas semanais entre direção e coordenação, verifica-se se o cronograma está em ordem ou se é preciso revê-lo. Caso um feriado ou um programa de formação externo coincidam com um encontro pedagógico semanal, uma data alternativa será escolhida. Ela precisa se encaixar tanto no planejamento elaborado pelo coordenador como na organização do uso dos espaços - supervisionada pelo diretor.
2 2 Revisão do projeto político-pedagógico (PPP)
Esse documento - que traz os objetivos da instituição e os meios para alcançá-los - pressupõe uma revisão periódica. Uma ou duas vezes por ano, o assunto entra na pauta dos gestores para que eles identifiquem os passos seguintes para alcançar as metas e planejem as assembleias para debater as mudanças (como será a participação da equipe, como tornar o debate mais produtivo, o número de encontros etc.). E, depois de tudo isso, é preciso ainda definir quem vai formalizar e supervisionar as alterações no documento.


Coordenação

Coordenador pedagógico: o co-organizador do ensino

Terezinha Azerêdo Rios (novaescola@atleitor.com.br)

"A gente dorme professor e acorda coordenador." Essa frase foi lembrada num encontro que tive, há pouco tempo, com equipes gestoras de algumas escolas paulistanas. Nela está entendida a ideia de que não há o preparo necessário para que o coordenador pedagógico exerça de modo competente sua função. E de que um bom professor não se transforma imediatamente num bom coordenador, uma vez que as exigências são diferentes para cada papel.

A questão que se coloca imediatamente é: o que caracteriza a função de coordenador? Do ponto de vista ético, espera-se o envolvimento com a construção coletiva do projeto político-pedagógico da escola e o compromisso com a formação continuada dos professores - elemento importante para atingir o objetivo de socializar a cultura e, nos processos de ensino e aprendizagem, promover a convivência solidária na instituição e intervir na construção da humanidade e da sociedade que queremos.

Na denominação do cargo, já se aponta a tarefa básica: coordenar. Muitas vezes, já se falou do sentido de ordenar. E comandar é um dos primeiros que surgem. Quem coordena comanda. Embora essa ideia tenda a ser rejeitada quando se trata de Educação, vale fazer uma analogia com o trabalho de um regente de orquestra, de um técnico de futebol ou de alguém que é responsável por produzir, com as respectivas equipes, um resultado favorável não só para o grupo, mas principalmente para aqueles a quem se destina o trabalho: os espectadores, no caso dos músicos, e a torcida, no caso dos jogadores (obviamente, os alunos, quando se pensa na escola).

Ressaltando, no entanto, que o maestro não precisa saber tocar todos os instrumentos nem o técnico jogar em todas as posições. Assim, não é obrigação do coordenador ter conhecimento profundo sobre todas as áreas nas quais se desenvolve o trabalho de cada professor.

Por isso, chamo a atenção para a dimensão ética do trabalho do coordenador. O pedagógico, que adjetiva a função, exige uma consciência do sentido do fazer coletivo e da estruturação de uma proposta que estimule a reflexão e a cooperação. O termo remete, ainda, à criação de um espaço para o diálogo e o aperfeiçoamento da prática educacional.

Ordenar não é só mandar. É também comandar. Coordenar é pôr ordem em algo juntamente com alguém. Tal constatação implica um desafio: definir que ordem se deseja no trabalho, pois ela pode ser relacionada ao que é costumeiro - e esse, às vezes, está desgastado e precisa ser revisto. É interessante, nesses casos, perguntar, como faz o escritor mineiro Carlos Drummond de Andrade em seu poema A Luís Maurício, Infante: "Uma nova desordem, não será bela?"

Para enfrentar humilde e corajosamente esse desafio, como convém a quem assume uma atitude crítica, os coordenadores não podem deixar de considerar - e estimular - as experiências vivenciadas pelos professores, na pluralidade e na diversidade de suas práticas.

No processo de formação docente, na partilha e na ampliação dos saberes, conformam-se também os coordenadores, continuamente. Conformam-se não no sentido de se resignar, mas no de configurar juntos, do jeito que se deseja o trabalho da instituição escolar.

 Desvios de função do coordenador pedagógico

A falta de clareza sobre as atribuições do cargo bagunça a rotina do formador e traz sobrecarga de tarefas

Perfil secretário. Ilustração: Orlando
Quando o coordenador assume o papel de secretário, por exemplo, é desviado de sua função essencial: formar professores
Organizar os horários de uso da biblioteca, dar uma força aos funcionários na época de matrícula e conversar com os pais. Demandas demais e de todos os tipos vão parar nas mãos dos coordenadores pedagógicos, constatou a pesquisa O Coordenador Pedagógico e a Formação de Professores: Intenções, Tensões e Contradições, encomendada pela Fundação Victor Civita (FVC) à Fundação Carlos Chagas (FCC). Atolados em afazeres, muitos não conseguem atuar satisfatoriamente na formação em serviço dos professores, que é a sua função prioritária. Assim, esses profissionais assumem papéis equivocados, como o de "psicólogo" ou "relações-públicas", às vezes sem se dar conta disso.

Apesar de 87% dos 400 entrevistados em 13 capitais brasileiras na fase quantitativa do estudo terem apontado a gestão da aprendizagem como uma atividade da sua responsabilidade, só 17% citaram a observação da dinâmica da sala de aula - uma das principais estratégias formativas - como parte da sua rotina. Existem ainda 19% que declaram substituir pessoalmente, uma ou duas vezes por semana, algum professor que falta, quando poderiam apenas contribuir na criação de um plano para lidar com esse tipo de emergência. Já 26% reconheceram ser insuficiente o tempo dedicado ao projeto político-pedagógico (PPP), cuja criação coletiva se constitui numa atividade-chave no processo de aprimoramento da função docente. E uma parcela, embora pequena (9%), simplesmente não tem em seus afazeres nenhuma atividade relacionada à formação.

A pesquisa concluiu que eles se descuidam da essência do trabalho e se ocupam de tarefas secundárias porque falta clareza sobre qual é exatamente o seu papel. ''Os próprios coordenadores não sabem as fronteiras do seu papel e, por isso, aceitam todas as demandas que lhe são dadas, fazendo coisas demais por não terem a compreensão de que são formadores'', ressalta Ana Maria Falcão de Aragão, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O quadro é de uma profissão que ainda está em processo de construção. ''Como não existe uma identidade constituída, o coordenador tenta delineá-la no dia a dia. Diante das imposições que surgem, ele faz o que acredita pertencer à sua esfera de competência'', diz Laurinda Ramalho de Almeida, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Nem sempre acerta nas prioridades.

Confira seis papéis que o profissional da coordenação pedagógica corre o risco de assumir - e como evitar que isso aconteça.

10 dúvidas sobre o relacionamento entre coordenador pedagógico e professor

Quando o coordenador assume o posto, logo percebe que é difícil lidar com as pessoas, respeitar as diferentes opiniões e sugerir mudanças sem ser autoritário. Pedimos aos internautas que enviassem suas questões sobre a parceria de coordenadores e, para ajudar a resolvê-las, ouvimos consultores especialistas no assunto:

 


 Ilustração: Fabrícia Batista

1 Como posso legitimar meu papel de formador junto aos professores? Afinal, até há pouco tempo, eu estava em sala de aula como eles.
Durante anos, você cuidou somente da sua sala de aula, tentando resolver os problemas de aprendizagem da turma e procurando a melhor maneira de ensinar. Mas aí surgiram um concurso, uma seleção interna da Secretaria de Educação para o cargo de coordenador pedagógico ou você foi convidado para liderar a equipe docente. Você, claro, aceitou o convite ou se inscreveu no processo de seleção.
Em uma posição hierarquicamente superior, logo percebe como é complicado lidar com a equipe, aprender a ouvir para compreender os problemas, respeitar os pontos de vista diferentes nas reuniões, usar as diversas opiniões para chegar a um consenso, mediar conflitos sem ferir suscetibilidades, liderar sem ser arrogante e sugerir mudanças sem ser autoritário.

A pesquisa O Coordenador Pedagógico e A Formação de Professores: Intenções, Tensões e Contradições mostra que dúvidas sobre como lidar com a equipe são comuns e 20% dos entrevistados apontam questões de gestão como um dos principais problemas enfrentados no dia a dia.

No entanto, são os seus conhecimentos didáticos que vão fazer com que a equipe o aceite como o parceiro mais experiente, do qual vai receber orientações e no qual pode confiar. Para isso, é urgente ir atrás desses saberes e se preparar para o cargo. É possível requisitar formação específica junto à Secretaria de Educação e procurar leituras que ampliem o seu universo nas didáticas de todas as áreas do conhecimento.




Gestão Escolar

Coordenador pedagógico: um profissional em busca de identidade

Pesquisa da FVC conclui que a formação de professores começa a ser o foco da atuação do coordenador, mas ele ainda sofre com a falta de apoio

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=== PARTE 1 ====
Em algumas redes de ensino, ele é chamado de orientador, supervisor ou, simplesmente, pedagogo. Em outras, de coordenador pedagógico, que é como GESTÃO ESCOLAR sempre se refere ao profissional responsável pela formação da equipe docente nas escolas. Nas unidades que contam com sua presença, ele faz parte da equipe gestora e é o braço direito do diretor. Num passado não muito remoto, essa figura nem sequer existia. Começou a aparecer nos quadros das Secretarias de Educação quando os responsáveis pelas políticas públicas perceberam que a aprendizagem dos alunos depende diretamente da maneira como o professor ensina.

Diante desse cenário, a Fundação Victor Civita (FVC) decidiu descobrir quem é e o que pensa esse personagem relativamente novo no cenário educacional brasileiro, escolhendo-o como tema de uma pesquisa intitulada O Coordenador Pedagógico e a Formação Continuada de Professores: Intenções, Tensões e Contradições. Realizado pela Fundação Carlos Chagas (FCC), sob a supervisão de Cláudia Davis, o estudo teve a coordenação de Vera Maria Nigro de Souza Placco e de Laurinda Ramalho de Almeida, ambas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e de Vera Lúcia Trevisan de Souza, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Graças a ela, fizemos esta edição especial, com reportagens e seções tratando de temas relativos à coordenação pedagógica.

Uma das principais conclusões da pesquisa é que, apesar de ser um educador com experiência, inclusive na função (saiba mais sobre o perfil desse profissional no quadro abaixo), ainda lhe faltam identidade e segurança para realizar um bom trabalho. Ele se sente muito importante no processo educacional, mas não sabe ao certo como agir na escola frente às demandas e mostra isso por meio de algumas contradições: ao mesmo tempo em que afirma que sua atuação pode contribuir para o aprendizado dos alunos e para a melhoria do trabalho dos professores, não percebe quanto isso faz diferença nos resultados finais da aprendizagem (veja mais no quadro da próxima página). "A identidade profissional se constrói nas relações de trabalho. Ela se constitui na soma da imagem que o profissional tem de si mesmo, das tarefas que toma para si no dia a dia e das expectativas que as outras pessoas com as quais se relaciona têm acerca de seu desempenho", afirma Vera Placco.
Quem são os coordenadores pedagógicos no Brasil
Um resumo das características do profissional que atua nessa função

90% são mulheres

88% já deram aula na Educação Básica

76% têm entre 36 e 55 anos

A maioria tem mais de 5 anos de experiência na função
Quem são os coordenadores pedagógicos no Brasil
=== PARTE 2 ====
=== PARTE 3 ====
=== PARTE 4 ====
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