segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Curso On line Grátis O Pedagogo no espaço não escolar e sua prática pedagógica

Cursos on line
Introdução

A educação tem se tornado cada vez mais um instrumento essencial de transformação para os desafios na atual sociedade da tecnologia, da informação e do conhecimento. Partindo desse pressuposto, percebemos que este novo cenário exige profissionais cada vez mais qualificados e preparados para atuarem num mercado de trabalho competitivo.
Diante disso, percebemos que o campo de atuação dos profissionais da educação vem passando por grandes transformações. Antes, a escola era o espaço multireferêncial para o processo de ensino- aprendizagem, hoje, não caberia mais uma visão como essa. Neste sentido, a ação educativa perpassa por toda sociedade e a educação deixa de ser limitada aos espaços escolares formais e abrange outros contextos fora do âmbito da educacional como: Ongs, Hospitais, Empresas, na família, nos meios de comunicação etc.
A contemporaneidade mostra uma "sociedade pedagógica" (Beillerot, apud Libâneo, 2005) revelando assim amplos campos de atuação pedagógica. A partia das palavras do autor, podemos definir duas esferas de ação educativa: escolar e extra-escolar. Nesse sentido o pedagogo pode atuar em qualquer lugar onde houver a prática educativa, como por exemplo: Meios de comunicação, Recursos Humanos, Educação para o Trânsito. Cabe também a este profissional ampliar seus conhecimentos para atender as demandas da sociedade.
Diante das novas perspectivas do campo de atuação, o curso de Pedagogia deve formar o pedagogo com uma visão ampla das diversas modalidades e práticas da educação. Ou seja, um profissional com um perfil que a sociedade contemporânea exige. Nesse sentido não cabe mais restringir a atuação do pedagogo somente em espaços escolares.
Esse texto mostra de uma forma mais clara como deve ser a postura e a prática pedagógica do Pedagogo no Espaço não Escola. Com esse texto damos inicio ao nosso curso.

A PRÁTICA DO PEDAGOGO NO ESPAÇO NÃO ESCOLAR

O pedagogo vem conquistando seu espaço na sociedade contemporânea. Novas vertentes surgem abrindo espaço no mercado para atuação deste profissional.
O pedagogo vive um processo histórico que sinaliza a importância da presença em espaço não escolar como hospitais e empresas.
Os cursos de Complementação Pedagógica apontam indicativos sobre novos paradigmas sobre o perfil de formação e atuação profissional bem como novas práxis educativas, novas perspectivas formativas surge proporcionando o renascimento desta profissão.
A pedagogia Hospitalar desenvolve um atendimento emocional e humanístico tanto para a criança como para o familiar que muitas vezes apresentam problemas de ordem psico/afetiva que prejudica a recuperação e adaptação no ambiente hospitalar.
A prática do pedagogo ocorre de diversas formas como: contador de história, atividade lúdicas, continuação da escolarização. Estas práticas contribuem para a motivação e auto-estima do paciente.
O ensino, a pesquisa e a extensão são a três eixos que define o papel do pedagogo. Ao mesmo tempo é um grande desafio para o ensino superior.
Para Matos e Muggiat a formação profissional constitui-se um desafio aos cursos de Pedagogia. Uma vez que as mudanças sociais aceleram as necessidades de treinamentos para estes profissionais. Já Pimenta afirma que, o pedagogo precisa está preparado para atuar em diversas áreas seja como gestor, pesquisador, coordenador, de projetos, dentro e fora da escola. Com objetivo de assessorar atividades pedagógicas, organizar, avaliar e desenvolver pesquisas educacionais em diversos contextos sociais.
Diante destas descobertas, fica um convite aos estudantes da área de pedagogia, busque aprofundar em estudos e pesquisas que lhes proporcionem novos conhecimentos do campo de trabalho pedagógico. Com certeza é muito amplo. Mas se percebe que ainda muitos que escolhem esta formação optam pela docência, acredito que muitos escolhem esta área por opção, mas também muitos porque não tiveram a oportunidade de conhecer ainda a importância do pedagogo em espaço não escolar.
Autora: Ismailde Borges - Pedagoga


O que é ser pedagogo?

O pedagogo é o profissional especialista em educação, sua função é produzir e difundir conhecimentos no campo educacional. Ele precisa ser capaz de atuar em diversas áreas educativas e compreender a educação como um fenômeno cultural, social e psíquico complexo e capaz de produzir e difundir conhecimentos no campo educacional.

Quais as características necessárias para ser pedagogo?

É preciso ter capacidade de planejamento e execução de planos, dinamismo, além de saber comunicar e transmitir ideias. Este profissional precisa estar preparado para enfrentar, com criatividade e competência, os problemas do cotidiano, ser flexível, tolerante e atento às questões decorrentes da diversidade cultural que caracteriza nossa sociedade.

Características desejáveis:

Equilíbrio emocional, Trabalhar bem em equipe, Objetividade, Criatividade, Gostar de lidar com público, Capacidade de comunicar-se, Ter iniciativa, Gostar de ensino.

Dá para notar como esse profissional é de estrema importância dentro do contexto escola. Se esse profissional forma outros profissionais é claro que podemos exercer atividades fora de área educacional formal, por que ajudamos na formação desses outros profissionais. Veja o que fala Saviani e Libâneo sobre o Pedagogo

Segundo Saviani,

“Pedagogo é aquele que possibilita o acesso à cultura, organizando o processo de formação cultural. É , pois, aquele que domina as formas, os procedimentos, os métodos através dos quais se chega ao domínio do patrimônio cultural acumulado pela humanidade. (...) A palavra pedagogia traz sempre ressonâncias metodológicas, isto é, de caminho através do qual se chega a determinado lugar. Aliás, isto já está presente na etimologia da palavra: conduzir (por um caminho) até determinado lugar."

"Empenhem-se no domínio das formas que possam garantir às camadas populares o ingresso na cultura letrada, vale dizer, apropriação dos conhecimentos sistematizados. E, no interior das escolas, lembrem-se sempre de que o papel próprio de vocês será provê-las de organização tal que cada criança, cada educando, em especial aquele das camadas trabalhadoras, não veja frustrada a sua aspiração de assimilar os conhecimentos metódicos incorporando-os como instrumento irreversível a partir do qual será possível conferir uma nova qualidade às sua lutas no seio da sociedade". (SAVIANI,1985)

Segundo Libâneo:

“Pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e assimilação ativa de saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos de formação histórica. Em outras palavras, pedagogo é um profissional que lida com fatos, estruturas, contextos, situações, referentes à prática educativa em suas várias modalidades e manifestações.”

“A atuação do pedagogo escolar é imprescindível na ajuda aos professores no aprimoramento do seu desempenho na sala de aula(conteúdos, métodos, técnicas,formas de organização da classe),na análise e compreensão das situações de ensino com base nos conhecimentos teóricos, ou seja, na vinculação entre as áreas do conhecimento pedagógico e o trabalho de sala de aula.” (LIBÂNEO, 1996)

Então essas informações referem-se ao Pedagogo como profissional na escola, o nosso trabalho aqui é analisar e debater qual é a importância desse profissional em diversas áreas, onde hoje é necessário o Pedagogo.

Essas áreas são: veja o que diz Eleison Diettrich de São Christovão,ele retrará várias áreas onde hoje o Pedagogo tem uma atuação maior, essas áreas veremos como podemos entende-las melhor durante o nosso curso.

Empresarial:

Acompanhando as mudanças globais passamos para uma sociedade do conhecimento, na qual o recurso controlador não é mais o capital, ou tampouco a terra ou a mão-de-obra, mas sim a capacidade e experiência dos indivíduos. No âmbito empresarial são necessários profissionais para atuarem nos processos de planejamento, capacitação, treinamento, atualização e desenvolvimento dos funcionários dessa empresa, e é nesse momento que surge o pedagogo empresarial.

O pedagogo empresarial visa sempre melhorar a qualidade de prestação de serviços de uma empresa. Seja planejando, solucionando problemas, formulando hipóteses, elaborando projetos, esse profissional visa à melhoria dos processos instituídos na empresa, garantindo uma qualidade no atendimento de seus clientes e também dos seus funcionários. Todo esse processo tem por base a gestão de pessoas, desenvolvendo a capacidade de renovação da empresa e dos seus funcionários, buscando sempre o conhecimento de novas técnicas, a promoção de atitudes transformadoras e mobilizadoras, visando sempre que a empresa obtenha excelência nos atendimento às exigências do mercado e da sociedade (Greco, 2005). Assim se posiciona Minarelli (1996, p. 17 e 18):

"As grandes empresas e corporações, para sobreviver à crise econômica mundial e atender às novas demandas do mercado, eliminaram ou redesenharam cargos e, em muitos casos, operações inteiras”.E em relação às pessoas atuando dentro deste novo contexto profissional, o mesmo autor (1996, p.18) pondera: "Os trabalhadores precisarão reciclar-se periodicamente para manter seus conhecimentos atualizados e desenvolver outras habilidades”.

Outra área bastante importante para o Pedagogo é a Pedagogia Social, que inclusive já existe um Projeto de Lei onde essa prática pedagógica poderá ser uma graduação especifica para quem quer atuar somente em movimentos sociais e em ONG’s. é bom estarmos atendo a essas mudanças, pois é possível que ela passe a ser uma exigência legal.

Pedagogia Social:

Mais uma vez devido às grandes transformações sociais que ocorrem nas sociedades atuais, uma nova concepção de educação tem sido exigida. Os Estudos da pedagogia social vão ao encontro daqueles sujeitos que historicamente sempre foram excluídos de todo esse processo (Paula e Machado, 2008). Estas questões estão retratadas no próprio documento do Ministério da Educação e Cultura, MEC (Brasil, 2005, p.5):

Enfatiza-se ainda que grande parte dos Cursos de Pedagogia hoje tem como objetivo central à formação de profissionais capazes de exercer a docência na Educação Infantil, nos anos iniciais do ensino Fundamental, nas disciplinas pedagógicas para a formação de professores, assim como para a participação no planejamento, gestão e avaliação de estabelecimentos de ensino, de sistemas educativos escolares, bem como organização e desenvolvimento de programas não-escolares.(grifo nosso) Os movimentos sociais também têm insistido em demonstrar a existência de uma demanda ainda pouco atendida, no sentido de que os estudantes de Pedagogia sejam também formados para garantir a educação, com vistas à inclusão plena dos segmentos historicamente excluídos dos direitos sociais, culturais, econômicos e políticos.

Embora ainda haja discussões em torno da formação do profissional Pedagogo ter ou não uma base na concepção de docência, essa dicotomia, no entanto têm em comum em considerar a formação do Pedagogo como base científica. O profissional da educação para atuar em espaços diversos, e também em espaços escolares, precisa saber aprender a refletir de forma crítica, científica e teórica a fim de que possa agir comprometido, competente e responsável com todas as classes sociais e diferentes contextos (Paula e Machado, 2008) . Sobre esse tema Libâneo (2006, p.7) afirma que:

Todo trabalho docente é trabalho pedagógico, mas nem todo trabalho pedagógico é trabalho docente. Um professor é um pedagogo, mas nem todo pedagogo precisa ser professor. Isso de modo algum leva a secundarizar a docência, pois não estamos falando de hegemonia ou relação de precedência entre campos científicos ou de atividade profissional. Trata-se, sim, de uma epistemologia do conhecimento pedagógico. (...) Precisamente pela abrangência maior do campo conceitual e prático da Pedagogia como reflexão sistemática sobre o campo educativo, pode-se reconhecer na prática social uma imensa variedade de práticas educativas, portanto uma diversidade de práticas pedagógicas. Em decorrência, é pedagoga toda pessoa que lida com algum tipo de prática educativa relacionada com o mundo dos saberes e modos de ação, não restritos à escola. A formação de educadores extrapola, pois, o âmbito escolar formal, abrangendo também esferas mais amplas da educação não-formal e formal. Assim, a formação profissional do pedagogo pode desdobrar-se em múltiplas especializações profissionais, sendo a docência uma entre elas.

A pedagogia social só começou a ter produções significativas a partir das últimas décadas, onde esses artigos trazem as incertezas e divergências sobre a estrutura e finalidade da educação não formal e da pedagogia social (Paula e Machado, 2008). Porém todas as discussões concordam em não desvalorizar a escola formal embora discutam os mecanismos excludentes que ela produz a partir dos seus processos formais de aprendizagem.

Uma importante definição de Caliman (2006, p.5)que define bem a respeito da pedagogia social, onde fica clara que ela é uma ciência voltada para as classes sociais populares, argumenta da necessidade de mais estudos sobre as práticas nessa área:

(...) diz respeito á diferença entre Pedagogia Escolar e Pedagogia Social. A primeira tem toda uma história e é amplamente desenvolvida pela didática, ciência ensinada nas universidades. A segunda, a Pedagogia Social, se desenvolve dentro de instituições não formais de educação É uma disciplina mais recente que a anterior. Nasce e se desenvolve de modo particular no século XIX como resposta às exigências da educação de crianças e adolescentes (mas também de adultos) que vivem em condições de marginalidade, de pobreza, de dificuldades na área social. Em geral essas pessoas não frequentam ou não puderam frequentar as instituições formais de educação. Mas não só: o objetivo da Pedagogia Social é o de agir sobre a prevenção e a recuperação das deficiências de socialização, e de modo especial lá onde às pessoas são vítimas da insatisfação das necessidades fundamentais. Podemos reafirmar, portanto, que no Brasil atual a Pedagogia Social vive um momento de grande fertilidade. É um momento de criatividade pedagógica mais que de sistematização dos conteúdos e dos métodos. Em outras palavras, mais que pedagogistas, temos no Brasil educadores que colaboram com o nascimento e o desenvolvimento de um know how com identidade própria, rica de intuição pedagógica e de conteúdos. Ao mesmo tempo nos damos conta de que é chegado o momento no qual precisamos sistematizar toda essa gama de conhecimentos pedagógicos para compreender melhor e interpretar a realidade e projetar intervenções educativas efetivas.

Vejamos outras áreas e como deve ser a sua atuação.

Pedagogia Hospitalar:

Auxilia o processo educacional das crianças e adolescentes internados, estimulando a aprendizagem e promovendo momentos de diversão, entretenimento e outras formas de apoio emocional.

Faz a mediação entre o hospital e a escola auxiliando os dois ambientes nas necessárias adaptações para que o sujeito possa dar continuidade ao seu desenvolvimento educativo, na situação específica demandada pela sua condição.

Empresas e órgãos públicos

Tem por objetivo estimular a formação contínua e atualizada dos profissionais da empresa, instituir programas de qualificação e requalificação profissional, estruturar setores de treinamento, produzir e difundir o conhecimento científico e tecnológico, desenvolver metodologias adequadas à utilização das tecnologias da informação e da comunicação nas práticas educativas e contribuir, de diversas formas, nos setores de Responsabilidade Social e Gestão de Pessoas. Pode, ainda, participar do planejamento, gerenciamento e supervisão de programas e políticas de educação em órgãos públicos.

Meios de comunicação

O pedagogo atua em parceira com outros profissionais, na elaboração de roteiros e na produção criando, justificando e se responsabilizando pelo teor pedagógico, adequação de linguagem e conteúdos em produções como programas educacionais e outras. Também pode auxiliar no apoio e relacionamento com as crianças que atuam nos meios de comunicação.

Indústria de brinquedos

Atua na pesquisa e classificação da faixa etária de Brinquedos Educativos.

Indústrias de Jogos eletrônicos

Essa nova modalidade tem crescido devido ao grande índice de crianças que são afetadas pelos jogos eletrônicos, principalmente os jogos violentos.

A função do pedagogo nessa área é justamente fazer uma análise, como será a influencia que receberá as crianças que vão usar estes jogos.

Existe varias outras áreas não formal onde o pedagogo pode e deve atuar. Durante o nosso curso vamos explicar outras áreas.

Abraço.

Joselito_95@hotmail.com

sábado, 10 de novembro de 2012

Gestão da Educação em Espaços não Escolares

Aula 10/11/2012
Professor : Mário

 





Questões



  1. Qual é a relação da forma de gestão com a qualidade na realização do trabalho educacional?
  2. Qual a relevância da participação da comunidade – Gestão Democrática, na gestão escolar, de modo prático?
  3. Por que o Pedagogo se mostra importante nos espaços não escolares?


Com base no texto complementar, elabore um resumo comentando a atuação do pedagogo em ambientes não escolares.

 

domingo, 4 de novembro de 2012

Professor Mário Costa

Educação Integral

 


ENSINO INTEGRAL

O que é educação integral?

Conheça o conjunto de fatores que reorganizam tempo, espaços e conteúdos para trabalhar o desenvolvimento dos alunos em sua totalidade

06/04/2011 11:55
Texto Daniele Zebini
Educar
Foto: Dreamstime

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação propõe uma jornada diária de 7 horas para que as crianças se envolvam com a aprendizagem

Integral. Por definição, quer dizer total, inteiro, global. É isso o que se pretende com a educação integral: desenvolver os alunos de forma completa, em sua totalidade. Muito mais do que o tempo em sala de aula, a educação integral reorganiza espaços e conteúdos. Um grande desafio, mas que já começa a tomar forma.

O Programa Mais Educação, do MEC, por exemplo, trabalha neste sentido desde 2008, promovendo a ampliação de tempos, espaços e oportunidades educativas, de modo que a tarefa de educar seja dividida com os pais e a comunidade.

Como fazer para implantar um sistema complexo como esse em um país em que a maioria das escolas oferece apenas 3 a 4 horas de aula por dia para atender à imensa demanda de alunos que precisam estudar? A cidade de Palmas, no Tocantins, mostrou que nada é impossível. Inicialmente, foram implantadas nas escolas municipais as "salas integradas", com ampliação da carga horária de estudantes de renda mais baixa. Depois, somaram-se outras 4 modalidades: jornada ampliada, escolas de tempo de integral (com estrutura pensada especificamente para o período integral), educação integral no campo e educação integral nos centros de educação infantil.

Todos os alunos atendidos cursam as mesmas disciplinas e oficinas no contraturno escolar, e os professores procuram mostrar como se relacionam as diversas áreas do conhecimento. "Palmas é um exemplo importante de que a educação integral é possível", afirma Márcia Quintana, coordenadora de programas na Fundação Itaú Social. Ela lembra, no entanto, que não dá para estabelecer um modelo padrão para o país todo. "O Brasil é muito grande, com localidades de características muito diferentes. Por isso, cada estado e município devem implantar a educação integral de acordo com a própria realidade."

Com o intuito de avaliar os caminhos para a educação integral no Brasil, a Fundação Itaú Cultural, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) realizaram uma pesquisa junto a 16 iniciativas lideradas por governos municipais, estaduais e organizações da sociedade civil. Confira, a seguir, os pontos fundamentais para a educação integral, levantados no estudo Tendências para a Educação Integral, e descubra se a escola do seu filho está no caminho certo.
Leia também:
10 vantagens do período integral
5 vantagens da escola com atividades no contraturno
Para ler, clique nos itens abaixo:
1. Estender a jornada escolar
A jornada escolar diária do ensino básico no país é ainda bastante baixa, de cerca de 4 horas. "Esse tempo não é suficiente nem para transmitir o conteúdo curricular obrigatório", afirma Márcia Quintana, coordenadora de programas na Fundação Itaú Social. A Lei de Diretrizes e Bases propõe uma jornada diária de 7 horas para que as crianças se envolvam realmente nas tarefas de aprendizagem .

"Ampliar o tempo é um grande desafio, e é preciso pensar também no tempo doméstico da criança, que precisa da convivência com a família para se desenvolver integralmente", diz Maria do Carmo Brant de Carvalho, consultora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). Muitos países resolveram essa questão assegurando um meio período durante a semana para que as crianças possam permanecer no espaço doméstico, com as famílias.
2. Amarrar as atividades do turno e do contraturno
O turno complementar, oposto ao do horário de estudo da criança, é importante para enriquecer a aprendizagem. No entanto, a existência por si só desse contraturno não significa educação integral. "Não basta oferecer uma variedade de atividades para preencher o tempo das crianças. Elas precisam estar ligadas ao conteúdo", afirma Márcia Quintana, coordenadora de programas na Fundação Itaú Social. "Há que ligar os saberes, contextualizando-os", complementa Maria do Carmo Brant de Carvalho, consultora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
3. Apostar nas atividades extra-classe
O reforço escolar, período em que a lição de casa é feita e no qual os alunos com dificuldades ganham atenção extra, é parte da educação integral, mas não reflete o sistema de ensino. Além do reforço escolar para alunos com dificuldades de aprendizagem, é preciso aumentar o tempo de estudo integrado para todos os outros estudantes, com ou sem deficiências para aprender.
4. Ter um projeto pedagógico bem definido
Educar integralmente significa pensar a aprendizagem por inteiro. E é por meio do projeto político-pedagógico que se mobiliza e costura a oferta de experiências capazes de desenvolver habilidades cognitivas e intelectuais, afetivas, físicas, éticas e sociais. O projeto deve ser muito bem definido para atender às necessidades de alunos concretos, situados em um dado território, com demandas, interesses e repertórios culturais que devem ser reconhecidos.
5. Integrar espaços, saberes e agentes educadores
O espaço da cidade pode complementar as lições da sala de aula. O traçado da rua pode ajudar na aula de geometria, a história do bairro na aula de história, as placas da rua nas aulas de português. As árvores, na aula de ciências. E por aí vai. A educação integral considera a cidade como território educador, propondo a exploração de novos itinerários na ação educativa; coloca na mesma mesa os muitos saberes produzidos socialmente, mediados pelas questões contemporâneas. Produz aproximação e integração entre os diversos campos do conhecimento (artístico, linguístico, científico, ético, físico) articulados às vivências na escola, na família e na comunidade.
6. Valorizar a diversidade cultural
Por que na Índia as vacas são sagradas? Por que se come cachorro na Chia e cavalo em Cuba? No mundo, as pessoas têm respostas diferentes para situações diferentes e com isso constróem a sua cultura, ou seja, os seus hábitos de vida. Uma Educação integral deve mostrar isso e, assim, tanto aumentar o repertório do estudante quanto mostrar a importância de se respeitar os diferentes estilos de vida. Quando uma criança aprende a respeitar a diferença, ela aumenta seus horizontes - ficará mais fácil para ela ficar amiga virtual de outra criança em Portugal, Angola ou Macau (onde também se fala português).
7. Valorizar a família e a comunidade
É muito importante, portanto, trazer essa experiência, esse capital social e cultural, para a sala de aula. É preciso que esse saber que não se aprende na escola seja aproveitado na sala de aula. É preciso que a vida em família e a vida escolar sejam irrigadas por relações com as comunidades, os territórios, a cidade. "Até pouco tempo, a escola era um espaço para dar conta da aprendizagem de crianças e adolescentes. Hoje, os alunos demandam outros interesses, outros valores que não só os da disciplina. E a escola não é suficiente para dar conta dessa demanda. Ela precisa se unir a outros espaços sócio-culturais", explica Maria do Carmo Brant de Carvalho, consultora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec)..
8. Fazer parcerias com a comunidade
9. Expandir a educação para outros setores

 



Mandala Mais Educação



Qual é o  papel do Professor na Educação Integral ?


O professor deve continuar professor. Quero dizer que, não há um papel novo ao professor na educação integral. O professor precisa se afirmar em algumas características que o permita ser parte das mudanças na educação, desta educação.
É preciso que o professor não seja o dono de si, que ele saiba sua profissão lida com pessoas, ele não pode se prender em um perfil. O professor deve conhecer os alunos cada qual com sua individualidade, e ao mesmo tempo inserido com os demais; deve oportunizar, incentivar e valorizar a unicidade presente em cada indivíduo; é preciso que ele - o aluno, se sinta parte da educação; há que compreender que cada aluno possui o seu tempo e modo de aprender, de associar, de demonstrar seu conhecimento.
Justamente pelas mudanças, não somente na educação, é que o professor deve se manter capacitando, buscando sempre aprofundar-se em sua área, mas não esquecendo de conhecer a respeito de outras e buscar algumas habilidades específicas (um pouco de cada uma das Inteligências Múltiplas), para que se torne diversificado e que lhe facilite o trabalho com a diversidade, com os diferentes. Não há como desejar a homogeneidade entre os indivíduos, em uma classe escolar haverá sempre características que distinguem uns dos outros.
A busca por trabalhar para o melhor na escola, cooperar com o outro profissional, procurar sempre conhecer o que se passa a sua volta no ambiente escolar.
O professor precisa ainda se avaliar e se ver enquanto professor; questionar-se a si. A busca por observações e registros é ainda mais necessária; não para copiar tudo no ano seguinte, mas para a cada novo instante verificar o que deu certo e o que não deu, o que pode melhorar, o que pode ser diferente, de quantas vezes é necessária uma exposição. O professor estará aprendendo consigo nesta constância. E a avaliação não é somente de suas aulas, mas de todas as suas ações frente ao aluno, aos colegas em profissão, à sua representação social que ele propõe para a comunidade.
Por que a escola é vista como espaço e tempo de vivenciar a cidadania?

A escola é vista como espaço e tempo de vivenciar a cidadania, porque o aluno, já está inserido num ambiente social, ele precisa se relacionar com o outro e por isso deve conhecer, respeitar e exercer seus direitos e deveres enquanto parte deste agrupamento.
Ele precisa se sentir um ser sociável, e a escola é um dos primeiros ambientes em que o aluno irá aprender a conviver com um número considerável de indivíduos com diversidades culturais, políticas, étnicas,... há uma pluralidade necessária ao indivíduo e ele deve ser entendido como parte dela, deve ser entendido como cidadão; um cidadão que constrói seu conhecimento, que colabora para o conhecimento, e certamente, tem seu conhecimento influenciado pelas vivências com os outros.

Qual é a relação existente entre os saberes escolares e os saberes comunitários?

É preciso manter uma relação entre estes saberes, pois eles interferem um no outro. Aquilo que se aprende na escola, precisa ser levado para os seus próximos em seus outros ambientes de convívio; e aquilo que se aprende na comunidade é preciso ser levado para a escola e a escola deve valorizar estes saberes.

A escola precisa compreender que a educação se faz com estes saberes; de acordo com o texto de referência, é objetivo específico "entender a prática educativa como a aquisição de saberes escolares e saberes locais, ou comunitários, para o pleno exercício da cidadania, para o reconhecimento das singularidades individuais e das especificidades de cada comunidade, grupo social/étnico, ou região".

O que são as mandalas de saberes e como elas se constituem?

O texto de referência aborda algumas características e definições do que são as mandalas de saberes e de como elas se constituem:
- O termo Mandala vem do sânscrito e significa "círculo". Esta palavra é formada pelo composto “manda” = essência e “la” = conteúdo, isto é, “o que contém a essência” ou o “círculo da essência”.
- "uma nova proposta pedagógica de articulação, integração e interação de saberes escolares e saberes locais, entre a escola e a comunidade envolvente, com a participação dos Programas de Ação do Governo Federal para a efetivação da educação integral"
- "é uma proposta inovadora de organizar o projeto pedagógico. (...) inovadora por estabelecer um diálogo, uma interação e uma integração entre a escola e as comunidades envolventes, bem como diversos órgãos governamentais. (...) apresentam uma abordagem holística que se ajusta ao espírito da educação integral e ao Projeto Mais Educação".
- "a Mandala é uma representação simbólica e arquetípica da psique, envolvendo a consciência, o inconsciente individual e o inconsciente coletivo. Ela representa a totalidade da experiência humana entre o interior (pensamento, sentimento, intuição e sensação) e o mundo externo (a natureza, o espaço, o cosmo).
- "Mandala é uma representação simbólica inscrita num círculo ou numa espiral de
uma totalidade, um cosmo. Uma integração/interação da consciência individual e/ou coletiva à natureza, à sociedade, ao cosmo por meio de uma abordagem holística, em que o universal e o particular ou local estão em situação dialógica, ou seja, a unidade na diversidade e vice-versa".

Como se constitui a “Madala-mãe” do programa Mais Educação?

De acordo com o documento "Redes de Saberes, Mais Educação" do Governo Federal (em http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cad_mais_educacao_2.pdf, 07/11), a Mandala-mãe, seria aquela da qual surgiriam as demais mandalas.
Pensando no programa Mais Educação e na Educação Integral, a Mandala-mãe se estruturaria a partir dos projetos pedagógicos para tal educação e ela seria então as estratégias do Mais Educação, estruturada a partir do diálogo entre os saberes comunitários, os escolares e os programas de governo (federal e municipal).
A Mandala-mãe do programa Mais Educação se constitui então da interação entre a escola e a comunidade, de saberes acadêmicos e saberes comunitários


Fonte : http://xarlles.blogspot.com.br/2011/12/mandalas-de-saberes.html




Legislação para Educação Integral no Brasil

Legislação
CF 1988
ECA 1990
LDB 1996
FUNDEF 1996
VIG. 1998
PNE 2001
FUNDEB 2007
PDE 2007
PLANO DE METAS
COMPROMISSO TODOS PELA EDUCAÇÃO
PROGRAMA
MAIS EDUCAÇÃO
C
A
R
A
C
T
E
R
Í
S
T
I
C
A
S
Trata a E.I. subliminarmente
 
1º dos 10 direitos sociais
 
Objetivo:
Pleno desenvolvimento da pessoa para a cidadania e trabalho
 
FORMAÇÃO INTEGRAL
 
Art. 5º: Direito de todos e dever do Estado
Cap. V
Art. 53
 
Acesso e permanência na Escola
 
Des. Integral da criança e do adolescente
 
Sistema articulado de atenção
Ampliar a Jornada
 
Formar para:
Vida familiar;
Convivência humana;
Mundo do trabalho;
Instituições de ensino e pesquisa;
Movimentos sociais;
Organizações da sociedade civil;
Manifestações culturais.
 
Tempo integral:
Atividades intra e extraescolares
 
Educação é proteção Social!
Financiamento das Ações Educativas
 
Ensino Fundamental
 
 
Vai além da LDB
 
Retoma a discussão e valorização da E.I.
 
Discute a jornada mínima de 7 horas
Ampliação do FUNDEF
 
Inclusão do EM
 
Ampliação da oferta de E.I.
 
Exige regulamento
Visão Sistêmica da Educação
Diretrizes para a gestão
 
IDEB
 
Objetivo:
Assegurar a qualidade da Educação Básica
 
- ampliação do tempo
- combater a repetência
- aulas de reforço
- recuperação
- progressão parcial
Ações conjuntas dos Ministérios
 
MEC
MinC
MDS
ME
MCT
MMA
 

sábado, 14 de julho de 2012

Paulo Freire



A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.

Paulo Freire

Saiba mais ....

Nova Escola

O que é o autismo?

 
 
Foto: MARCELO MIN
O aluno Matheus Silva, que tem autismo
e foi incluído em uma escola da rede
pública de São Paulo.
O autismo, também chamado de Transtorno do Espectro Autista, é um Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) que tem influência genética e é causado por defeitos em partes do cérebro, como o cerebelo, por exemplo.
Caracteriza-se por dificuldades significativas na comunicação e na interação social, além de alterações de comportamento, expressas principalmente na repetição de movimentos, como balançar o corpo, rodar uma caneta, apegar-se a objetos ou enfileirá-los de maneira estereotipada. Todas essas alterações costumam aparecer antes mesmo dos 3 anos de idade, em sua maioria, em crianças do sexo masculino.
Para o autista, o relacionamento com outras pessoas costuma não despertar interesse. O contato visual com o outro é ausente ou pouco frequente e a fala, usada com dificuldade. Algumas frases podem ser constantemente repetidas e a comunicação acaba se dando, principalmente, por gestos. Por isso, evita-se o contato físico no relacionamento com o autista - já que o mundo, para ele, parece ameaçador. Insistir neste tipo de contato ou promover mudanças bruscas na rotina dessas crianças pode desencadear crises de agressividade.
Para minimizar essa dificuldade de convívio social, vale criar situações de interação. Respeite o limite da criança autista, seja claro nos enunciados, amplie o tempo para que ele realize as atividades propostas e sempre comunique mudanças na rotina antecipadamente. A paciência para lidar com essas crianças é fundamental, já que pelo menos 50% dos autistas apresentam graus variáveis de deficiência intelectual. Alguns, ao contrário, apresentam alto desempenho e desenvolvem habilidades específicas - como ter muita facilidade para memorizar números ou deter um conhecimento muito específico sobre informática, por exemplo. Descobrir e explorar as 'eficiências' do autista é um bom caminho para o seu desenvolvimento.

Quer saber mais?

A inclusão que ensina

Matheus Santana da Silva, 14 anos, autista, estuda numa turma regular de escola pública em São Paulo desde a 1ª série. A história dele é a prova de que, apesar das dificuldades, incluir crianças com necessidades especiais beneficia a todos

Daniela Talamoni Verotti e Jeanne Callegari (novaescola@atleitor.com.br)
 
 
Meios de levar o aluno a aprender

Velhos amigos Permanecer na mesma turma desde a 3ª série foi fundamental para garantir a evolução de Matheus. Foto Marcelo Min
 
VELHOS AMIGOS
Permanecer na  mesma turma desde a 3ª série foi  fundamental para garantir a  evolução de Matheus.
Foto Marcelo Min
 
As salas especiais se mantiveram porque os professores não se achavam preparados, as escolas não tinham a estrutura necessária e os grupos de defesa dos direitos das pessoas com deficiência duvidavam da inclusão. Até que, em 2008, após anos de debates, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva acabou com a escolha entre ensino regular e especial (leia o quadro acima).

A nova política começou a mudar os padrões ao definir com clareza como deve ser oferecida a Educação para todos os que têm deficiência. Não por acaso, nesse mesmo ano, pela primeira vez, o número de alunos com necessidades especiais no ensino regular superou o de matriculados em salas especiais (veja o gráfico).


Na sala da professora Hellen, o desafio no primeiro ano de Matheus era outro: mudar o padrão de comportamento do aluno autista que insistia em não se comunicar com ninguém. Ele sabia ler e precisava falar, se expressar. Assim como fazia com toda a turma, Hellen o incentivava a ler as histórias e conversar sobre elas. No início, o garoto apenas repetia respostas e isso já era uma vitória. Mas ela queria que Matheus se comunicasse espontaneamente. Durante a chamada, a professora Hellen sempre fazia uma pausa após o nome dele, na esperança de ouvir a resposta. Nada acontecia. Até que um dia, para a surpresa de todos, ele disse "presente". "A turma inteira bateu palmas. A partir desse momento, ele começou a se comunicar, a dizer o que queria."

Graças à conquista da comunicação, Hellen passou a contar cada vez mais com a participação de Matheus. Assim, descobriu outras possibilidades, estudou, trocou experiências com colegas, observou e avaliou a interação do menino com as propostas que fazia e, assim, organizou diferentes atividades para que ele pudesse aprender ainda mais. No fim da 1ª série, Matheus já escrevia, ainda que tivesse dificuldade para controlar o tamanho da letra.

No ano seguinte, porém, vários colegas com quem Matheus estudava saíram da sala. A nova professora também não se sentia segura para incluir o aluno. Matheus se sentiu perdido e regrediu. Parou de ler e de escrever, voltou a ser agressivo e a abandonar a sala de aula. Em lugar de ir para o bebedouro, porém, ele se refugiava na turma de Hellen. Aquela professora da 2ª série sofria com as mesmas dúvidas que até hoje desanimam muitos colegas (conheça, no quadro abaixo, programas de formação na área).

Por que incluir? Será que as crianças com deficiência não aprendem mais em classes separadas, com professores especializados e dedicados apenas às necessidades delas? Quem responde é Maria Teresa Eglér Mantoan, docente da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e uma das pioneiras no estudo da inclusão no Brasil: "A escola regular é mais desafiadora e um ambiente desafiador é mais propício ao aprendizado".

Não apenas as crianças com deficiência são mais desafiadas. Os outros alunos também ganham muito com a inclusão. A flexibilização de recursos pode ajudar todos a aprender mais. Se o educador utiliza um modelo em 3D para ensinar o Sistema Solar, por exemplo, não só os que têm deficiência auditiva avançam mais mas também toda a classe tem acesso a um recurso que facilita a compreensão do conteúdo. "O professor que está preparado para a inclusão está preparado para atender todas as crianças", diz Cláudia Pereira Dutra, secretária de Educação Especial do Ministério da Educação (MEC). "A inclusão obriga o sistema educacional a se repensar, a descobrir novas formas de ensinar", completa Maria Teresa. "Muda o entendimento do que é aprendizagem."
Para aprender a incluir
Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade
O que é
Formação de professores para disseminar a Educação Inclusiva. Profissionais dos chamados municípios-polo são treinados e atuam como multiplicadores em sua cidade.
O que já fez Cursos em 162 municípios-polo, com a formação, em 2008, de 12.708 professores.

Programa de Formação Continuada de Professores na Educação Especial
O que é
Especialização, extensão ou aperfeiçoamento para educadores da rede pública.
O que já fez Cursos para 8,5 mil professores, em 2008, ministrados em 18 instituições públicas de ensino superior.

Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais
O que é Distribuição de materiais pedagógicos e equipamentos para atendimento especializado.
O que já fez Criou, entre 2005 e 2008, 5.551 salas de recursos.

Programa Escola Acessível
O que é Distribuição de recursos para a adequação de escolas.
O que já fez Investiu 30,8 milhões de reais em 2007 e 2008 para a adaptação de edifícios.
Continue lendo a reportagem

Inclusão: 7 professoras mostram como enfrentam esse desafio

Educadoras compartilham a experiência de ensinar alunos com necessidades educacionais especiais. As soluções sempre envolvem o trabalho em equipe

Bianca Bibiano (bianca.bibiano@abril.com.br). Colaborou Elisângela Fernandes
 
 
 
Roberta e Isabelly. Foto: Raoni Madalena
 
"Não me sinto sozinha nesse trabalho de inclusão. Conto com uma auxiliar em sala para dar conta de toda a turma e tenho a parceria da responsável pelo AEE. Juntas, pensamos nas melhores soluções para que Isabelly avance." Roberta Martins Braz Villaça, professora da EMEB Helena Zanfelici da Silva, em São Bernardo do Campo, SP.
Ensinar crianças e jovens com necessidades educacionais especiais (NEE) ainda é um desafio. Nos últimos dez anos, período em que a inclusão se tornou realidade, o que se viu foi a escola atendendo esse novo aluno ao mesmo tempo que aprendia a fazer isso. Hoje ainda são comuns casos de professores que recebem um ou mais alunos com deficiência ou transtorno global do desenvolvimento (TGD) e se sentem sozinhos e sem apoio, recursos ou formação para executar um bom trabalho. Dezenas de perguntas recebidas por NOVA ESCOLA tratam disso. Mas a tendência, felizmente, é de mudança - embora lenta e ainda desigual. A boa-nova é que em muitos lugares a inclusão já é um trabalho de equipe. E isso faz toda a diferença.

A experiência de Roberta Martins Braz Villaça, da EMEB Helena Zanfelici da Silva, em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, comprova isso. Entre seus 24 alunos da pré-escola está Isabelly Victoria Borges dos Santos, 5 anos, que tem paralisia cerebral. Apesar do comprometimento motor, a menina tem a capacidade cognitiva preservada. Na escola desde o ano passado, ela participa de todas as atividades. "Os conteúdos trabalhados em sala são os mesmos para ela. O que eu mudo são as estratégias e os recursos", explica a professora.

Isabelly se comunica por meio da expressão facial. Com um sorriso ela escolhe as cores durante uma atividade de pintura. No parque, com a ajuda das placas de comunicação, decide se quer brincar de blocos de montar ou no escorregador. Nas atividades de escrita, indica quais letras móveis quer usar para formar as palavras e já reconhece o próprio nome. "Ela tem avançado muito e conseguido acompanhar a rotina escolar", comemora a professora.

Roberta não está sozinha nesse trabalho. Ela conta com o apoio diário de uma auxiliar, que a ajuda na execução das atividades, na alimentação e na higiene pessoal de Isabelly. Outra parceira é a professora do atendimento educacional especializado (AEE). Num encontro semanal de uma hora, elas avaliam as necessidades da menina, pensam nas estratégias a utilizar e fazem a adaptação dos materiais.

Inaugurada em 2001, a escola em que Roberta leciona já foi construída levando em conta a inclusão: o projeto previa um elevador e um espaço para uma futura sala de recursos. Mas daí a funcionar com qualidade, com materiais diversos e uma equipe afinada, foi um longo caminho. "Somente em 2005 passamos a contar com estagiários e auxiliares em sala", lembra a diretora, Maria do Carmo Tessaroto.

Gestores preocupados com a questão e que buscam recursos e pessoal de apoio fazem da inclusão um projeto da escola. Dessa forma, melhoram as condições de trabalho dos professores, que passam a atuar em conjunto com um profissional responsável pelo AEE, a contar com diferentes recursos tecnológicos e a ter ciência de que o aluno com deficiência ou TGD não é responsabilidade exclusivamente sua. Com a parceria da família, as possibilidades de sucesso são ainda maiores, como você verá nas páginas a seguir. Com base nas experiências de professoras que atendem alunos com NEE, respondemos às seis perguntas mais recorrentes enviadas à redação. Essas educadoras certamente indicarão caminhos para você que, como elas, trabalha para fazer a inclusão de verdade.