Educação Integral
ENSINO INTEGRAL
O que é educação integral?
Conheça o conjunto de fatores que reorganizam tempo, espaços e conteúdos para trabalhar o desenvolvimento dos alunos em sua totalidade
Foto: Dreamstime
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação propõe uma jornada diária de 7 horas para que as crianças se envolvam com a aprendizagem
Integral. Por definição, quer dizer total, inteiro, global. É isso o que se pretende com a
educação integral: desenvolver os alunos de forma completa, em sua totalidade. Muito mais do que o tempo em sala de aula, a educação integral reorganiza espaços e conteúdos. Um grande desafio, mas que já começa a tomar forma.
O
Programa Mais Educação, do MEC, por exemplo, trabalha neste sentido desde 2008, promovendo a ampliação de tempos, espaços e oportunidades educativas, de modo que a tarefa de educar seja dividida com os pais e a comunidade.
Como fazer para implantar um sistema complexo como esse em um país em que a maioria das escolas oferece apenas 3 a 4 horas de aula por dia para atender à imensa demanda de alunos que precisam estudar? A cidade de Palmas, no Tocantins, mostrou que nada é impossível. Inicialmente, foram implantadas nas escolas municipais as "salas integradas", com ampliação da carga horária de estudantes de renda mais baixa. Depois, somaram-se outras 4 modalidades: jornada ampliada, escolas de tempo de integral (com estrutura pensada especificamente para o período integral), educação integral no campo e educação integral nos centros de educação infantil.
Todos os alunos atendidos cursam as mesmas disciplinas e oficinas no contraturno escolar, e os professores procuram mostrar como se relacionam as diversas áreas do conhecimento. "Palmas é um exemplo importante de que a educação integral é possível", afirma Márcia Quintana, coordenadora de programas na Fundação Itaú Social. Ela lembra, no entanto, que não dá para estabelecer um modelo padrão para o país todo. "O Brasil é muito grande, com localidades de características muito diferentes. Por isso, cada estado e município devem implantar a educação integral de acordo com a própria realidade."
Com o intuito de avaliar os caminhos para a educação integral no Brasil, a Fundação Itaú Cultural, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) realizaram uma pesquisa junto a 16 iniciativas lideradas por governos municipais, estaduais e organizações da sociedade civil. Confira, a seguir, os pontos fundamentais para a educação integral, levantados no estudo Tendências para a Educação Integral, e descubra se a escola do seu filho está no caminho certo.
Leia também:
10 vantagens do período integral
5 vantagens da escola com atividades no contraturno
Para ler, clique nos itens abaixo:
- 1. Estender a jornada escolar




- A jornada escolar diária do ensino básico no país é ainda bastante baixa, de cerca de 4 horas. "Esse tempo não é suficiente nem para transmitir o conteúdo curricular obrigatório", afirma Márcia Quintana, coordenadora de programas na Fundação Itaú Social. A Lei de Diretrizes e Bases propõe uma jornada diária de 7 horas para que as crianças se envolvam realmente nas tarefas de aprendizagem .
"Ampliar o tempo é um grande desafio, e é preciso pensar também no tempo doméstico da criança, que precisa da convivência com a família para se desenvolver integralmente", diz Maria do Carmo Brant de Carvalho, consultora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). Muitos países resolveram essa questão assegurando um meio período durante a semana para que as crianças possam permanecer no espaço doméstico, com as famílias.
- 2. Amarrar as atividades do turno e do contraturno




- O turno complementar, oposto ao do horário de estudo da criança, é importante para enriquecer a aprendizagem. No entanto, a existência por si só desse contraturno não significa educação integral. "Não basta oferecer uma variedade de atividades para preencher o tempo das crianças. Elas precisam estar ligadas ao conteúdo", afirma Márcia Quintana, coordenadora de programas na Fundação Itaú Social. "Há que ligar os saberes, contextualizando-os", complementa Maria do Carmo Brant de Carvalho, consultora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
- 3. Apostar nas atividades extra-classe




- O reforço escolar, período em que a lição de casa é feita e no qual os alunos com dificuldades ganham atenção extra, é parte da educação integral, mas não reflete o sistema de ensino. Além do reforço escolar para alunos com dificuldades de aprendizagem, é preciso aumentar o tempo de estudo integrado para todos os outros estudantes, com ou sem deficiências para aprender.
- 4. Ter um projeto pedagógico bem definido




- Educar integralmente significa pensar a aprendizagem por inteiro. E é por meio do projeto político-pedagógico que se mobiliza e costura a oferta de experiências capazes de desenvolver habilidades cognitivas e intelectuais, afetivas, físicas, éticas e sociais. O projeto deve ser muito bem definido para atender às necessidades de alunos concretos, situados em um dado território, com demandas, interesses e repertórios culturais que devem ser reconhecidos.
- 5. Integrar espaços, saberes e agentes educadores




- O espaço da cidade pode complementar as lições da sala de aula. O traçado da rua pode ajudar na aula de geometria, a história do bairro na aula de história, as placas da rua nas aulas de português. As árvores, na aula de ciências. E por aí vai. A educação integral considera a cidade como território educador, propondo a exploração de novos itinerários na ação educativa; coloca na mesma mesa os muitos saberes produzidos socialmente, mediados pelas questões contemporâneas. Produz aproximação e integração entre os diversos campos do conhecimento (artístico, linguístico, científico, ético, físico) articulados às vivências na escola, na família e na comunidade.
- 6. Valorizar a diversidade cultural




- Por que na Índia as vacas são sagradas? Por que se come cachorro na Chia e cavalo em Cuba? No mundo, as pessoas têm respostas diferentes para situações diferentes e com isso constróem a sua cultura, ou seja, os seus hábitos de vida. Uma Educação integral deve mostrar isso e, assim, tanto aumentar o repertório do estudante quanto mostrar a importância de se respeitar os diferentes estilos de vida. Quando uma criança aprende a respeitar a diferença, ela aumenta seus horizontes - ficará mais fácil para ela ficar amiga virtual de outra criança em Portugal, Angola ou Macau (onde também se fala português).
- 7. Valorizar a família e a comunidade




- É muito importante, portanto, trazer essa experiência, esse capital social e cultural, para a sala de aula. É preciso que esse saber que não se aprende na escola seja aproveitado na sala de aula. É preciso que a vida em família e a vida escolar sejam irrigadas por relações com as comunidades, os territórios, a cidade. "Até pouco tempo, a escola era um espaço para dar conta da aprendizagem de crianças e adolescentes. Hoje, os alunos demandam outros interesses, outros valores que não só os da disciplina. E a escola não é suficiente para dar conta dessa demanda. Ela precisa se unir a outros espaços sócio-culturais", explica Maria do Carmo Brant de Carvalho, consultora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec)..
- 8. Fazer parcerias com a comunidade
9. Expandir a educação para outros setores

Mandala Mais Educação
Qual é o papel do Professor na Educação Integral ?
O professor deve continuar professor. Quero dizer que, não há um papel novo ao
professor na educação integral. O professor precisa se afirmar em algumas
características que o permita ser parte das mudanças na educação, desta
educação.
É preciso que o professor não seja o dono de si, que ele saiba
sua profissão lida com pessoas, ele não pode se prender em um perfil. O
professor deve conhecer os alunos cada qual com sua individualidade, e ao mesmo
tempo inserido com os demais; deve oportunizar, incentivar e valorizar a
unicidade presente em cada indivíduo; é preciso que ele - o aluno, se sinta
parte da educação; há que compreender que cada aluno possui o seu tempo e modo
de aprender, de associar, de demonstrar seu conhecimento.
Justamente
pelas mudanças, não somente na educação, é que o professor deve se manter
capacitando, buscando sempre aprofundar-se em sua área, mas não esquecendo de
conhecer a respeito de outras e buscar algumas habilidades específicas (um pouco
de cada uma das
Inteligências
Múltiplas), para que se torne diversificado e que lhe facilite o trabalho
com a diversidade, com os diferentes. Não há como desejar a homogeneidade entre
os indivíduos, em uma classe escolar haverá sempre características que
distinguem uns dos outros.
A busca por trabalhar para o melhor na
escola, cooperar com o outro profissional, procurar sempre conhecer o que se
passa a sua volta no ambiente escolar.
O professor precisa ainda se
avaliar e se ver enquanto professor; questionar-se a si. A busca por observações
e registros é ainda mais necessária; não para copiar tudo no ano seguinte, mas
para a cada novo instante verificar o que deu certo e o que não deu, o que pode
melhorar, o que pode ser diferente, de quantas vezes é necessária uma exposição.
O professor estará aprendendo consigo nesta constância. E a avaliação não é
somente de suas aulas, mas de todas as suas ações frente ao aluno, aos colegas
em profissão, à sua representação social que ele propõe para a
comunidade.
Por
que a escola é vista como espaço e tempo de vivenciar a
cidadania?
A escola é vista como espaço e tempo de
vivenciar a cidadania, porque o aluno, já está inserido num ambiente social, ele
precisa se relacionar com o outro e por isso deve conhecer, respeitar e exercer
seus direitos e deveres enquanto parte deste agrupamento.
Ele precisa
se sentir um ser sociável, e a escola é um dos primeiros ambientes em que o
aluno irá aprender a conviver com um número considerável de indivíduos com
diversidades culturais, políticas, étnicas,... há uma pluralidade necessária ao
indivíduo e ele deve ser entendido como parte dela, deve ser entendido como
cidadão; um cidadão que constrói seu conhecimento, que colabora para o
conhecimento, e certamente, tem seu conhecimento influenciado pelas vivências
com os outros.
Qual é a
relação existente entre os saberes escolares e os saberes comunitários?
É preciso manter uma relação entre estes
saberes, pois eles interferem um no outro. Aquilo que se aprende na escola,
precisa ser levado para os seus próximos em seus outros ambientes de convívio; e
aquilo que se aprende na comunidade é preciso ser levado para a escola e a
escola deve valorizar estes saberes.
A escola precisa compreender que a
educação se faz com estes saberes; de acordo com o texto de referência, é
objetivo específico "entender a prática educativa como a aquisição de saberes
escolares e saberes locais, ou comunitários, para o pleno exercício da
cidadania, para o reconhecimento das singularidades individuais e das
especificidades de cada comunidade, grupo social/étnico, ou
região".
O que
são as mandalas de saberes e como elas se constituem?
O texto de referência aborda algumas
características e definições do que são as mandalas de saberes e de como elas se
constituem:
- O termo Mandala vem do sânscrito e significa "círculo". Esta
palavra é formada pelo composto “manda” = essência e “la” = conteúdo, isto é, “o
que contém a essência” ou o “círculo da essência”.
- "uma nova proposta
pedagógica de articulação, integração e interação de saberes escolares e saberes
locais, entre a escola e a comunidade envolvente, com a participação dos
Programas de Ação do Governo Federal para a efetivação da educação
integral"
- "é uma proposta inovadora de organizar o projeto pedagógico.
(...) inovadora por estabelecer um diálogo, uma interação e uma integração entre
a escola e as comunidades envolventes, bem como diversos órgãos governamentais.
(...) apresentam uma abordagem holística que se ajusta ao espírito da educação
integral e ao Projeto Mais Educação".
- "a Mandala é uma representação
simbólica e arquetípica da psique, envolvendo a consciência, o inconsciente
individual e o inconsciente coletivo. Ela representa a totalidade da experiência
humana entre o interior (pensamento, sentimento, intuição e sensação) e o mundo
externo (a natureza, o espaço, o cosmo).
- "Mandala é uma representação
simbólica inscrita num círculo ou numa espiral de
uma totalidade, um cosmo.
Uma integração/interação da consciência individual e/ou coletiva à natureza, à
sociedade, ao cosmo por meio de uma abordagem holística, em que o universal e o
particular ou local estão em situação dialógica, ou seja, a unidade na
diversidade e vice-versa".
Como se constitui a “Madala-mãe” do
programa Mais Educação?
De acordo com o documento "Redes de
Saberes, Mais Educação" do Governo Federal (em
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cad_mais_educacao_2.pdf,
07/11), a Mandala-mãe, seria aquela da qual surgiriam as demais
mandalas.
Pensando no programa Mais Educação e na Educação Integral, a
Mandala-mãe se estruturaria a partir dos projetos pedagógicos para tal educação
e ela seria então as estratégias do Mais Educação, estruturada a partir do
diálogo entre os saberes comunitários, os escolares e os programas de governo
(federal e municipal).
A Mandala-mãe do programa Mais Educação se
constitui então da interação entre a escola e a comunidade, de saberes
acadêmicos e saberes comunitários
Fonte :
http://xarlles.blogspot.com.br/2011/12/mandalas-de-saberes.html
Legislação
para Educação Integral no Brasil
Legislação
|
CF 1988
|
ECA 1990
|
LDB 1996
|
FUNDEF 1996
VIG. 1998
|
PNE 2001
|
FUNDEB 2007
|
PDE 2007
|
PLANO DE METAS
COMPROMISSO TODOS PELA
EDUCAÇÃO
|
PROGRAMA
MAIS EDUCAÇÃO
|
C
A
R
A
C
T
E
R
Í
S
T
I
C
A
S
|
Trata a E.I. subliminarmente
1º dos 10 direitos sociais
Objetivo:
Pleno desenvolvimento da pessoa para a
cidadania e trabalho
FORMAÇÃO
INTEGRAL
Art. 5º: Direito de todos e dever do
Estado
|
Cap. V
Art. 53
Acesso e permanência na Escola
Des. Integral da criança e do
adolescente
Sistema articulado de atenção
|
Ampliar a Jornada
Formar
para:
Vida
familiar;
Convivência
humana;
Mundo do
trabalho;
Instituições
de ensino e pesquisa;
Movimentos
sociais;
Organizações
da sociedade civil;
Manifestações
culturais.
Tempo
integral:
Atividades intra e extraescolares
Educação é proteção Social!
|
Financiamento das Ações Educativas
Ensino Fundamental
|
Vai além da LDB
Retoma a discussão e valorização da
E.I.
Discute a jornada mínima de 7 horas
|
Ampliação do FUNDEF
Inclusão do EM
Ampliação da oferta de E.I.
Exige regulamento
|
Visão Sistêmica da Educação
|
Diretrizes para a gestão
IDEB
Objetivo:
Assegurar a qualidade da Educação
Básica
- ampliação do tempo
- combater a repetência
- aulas de reforço
- recuperação
- progressão parcial
|
Ações conjuntas dos Ministérios
MEC
MinC
MDS
ME
MCT
MMA
|